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Exportações do agronegócio mantêm superávit em tempos de crise (Agência Brasil)

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A balança comercial brasileiravem registrando resultados fracos em razão dos efeitos da crise internacionalsobre as exportações, segundo o governo. Mas as vendas externas do agronegóciosão exceção à regra. Enquanto o comércio de petróleo e de produtosindustrializados está em queda, a pauta de exportações dos produtos agrícolasestá em franca ascenção. Em janeiro, quando a balança global teve o maiordéficit da história, de US$ 4,035 bilhões, a agrícola sustentou superávit deUS$ 5,12 bilhões.

As vendas do setor, que subiram14,7%, representaram 41,2% das exportações do país. Com poucas exceções, ocomércio dos produtos cresceu na casa de dois dígitos e de até três dígitos.Mas, na avalição de exportadores, o país tem o desafio de equilibrar as vendasexternas de industrializados para não depender só das commodities. Para isso, énecessário investir em barateamento do custo de produção, na qualificação demão de obra e em infraestrutura de transporte. O último item é reivindicaçãotambém do agronegócio.

De acordo com dados do Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em janeiro as vendas do milho,que liderou o crescimento das exportações agrícolas, aumentaram 327,5% e as doálcool registraram elevaçãode 216,3% em comparação ao mesmo mês do ano passado.As exportações de açúcar aumentaram 48,4% e as de carne bovina, 29,2%. Ocomplexo soja (farelo, óleo e grãos), que no ano passado vendeu bem, foi um dositens a registrar queda em janeiro deste ano. As exportações passaram de US$ 953milhões para US$ 373 milhões, recuando 60,9%. O setor produtivo alega que em2012 a quebra de safra nos Estados Unidos e a demanda aquecida ajudaram aalavancar os preços e as vendas. Em 2013, as cifras não devem ser tão elevadas,mas há expectativa de um bom desempenho.

Segundo projeção da AssociaçãoBrasileira de Comércio Exterior (AEB), este ano as exportações da soja em grãodevem ficar em US$ 22 bilhões, com crescimento de 25% ante 2012. Para ovice-presidente da entidade, Fábio Martins Faria, o agronegócio “sem dúvida éuma vocação” do Brasil. “Temos terras agricultáveis e tecnologia com ganho deprodutividade muito grande. O ruim é não termos a mesma eficiência naexportação de produtos industrializados”, diz ele, que defende investimentos eminfraestrutura a fim de garantir competitividade.

Ele reivindica ainda melhoria naqualificação da mão de obra, barateamento de insumos e redução da cargatributária para alavancar as exportações da indústria brasileira. “A gente estáficando para trás. Não está conseguindo virar essa página. Os países asiáticose o México, por exemplo, têm um desempenho melhor”, afirma.

Na avaliação de Faria, osresultados de investimentos anunciados pelo governo federal em rodovias,ferrovias e portos serão demorados. “Será um lapso de tempo muito elevado”,diz. Faria afirma que o agronegócio também se beneficiaria de umainfraestrutura de transportes mais moderna e eficiente, já que atualmente oescoamento da produção é o seu principal gargalo. “A logística de escoamento dasoja, do milho, ainda depende do caminhão. O custo do transporte interno émuito elevado”, diz.

 

O presidente da AssociaçãoNacional dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, concordaque a infraestrutura de transporte para a produção agrícola deixa a desejar.“Se houvesse mais eficiência, a gente conseguiria contribuir muito mais [paraas exportações brasileiras]”, comenta. Ele dá o exemplo da soja, despachada decaminhão de Sorriso (MT) para o Porto de Paranaguá (PR), que fica a 2 mil quilômetros.“Por causa das dificuldades, do estado ruim das rodovias, o frete acaba saindocaro, a R$ 290 a tonelada”. Para se ter uma ideia, a projeção de safra daAprosoja Brasil para 2013 é 89 milhões de toneladas, das quais 70% devem serexportadas.

Mesmo ainda não tendo solucionadoos entraves, o governo aposta nas commodities do agronegócio para manter abalança superavitária em tempos de crise econômica. Na sexta-feira (1°), aocomentar o déficit de US$ 1,27 bilhão da balança global em fevereiro, asecretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, disse que a colheita das safras desoja e milho a partir de abril contribuirá para reverter os resultadosnegativos até agora. “A soja em 2012 respondeu por 7% de tudo que o Brasilexportou”, disse.

Fonte: Agência Brasil

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