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Trigo: Importação e exportação explicam a demanda e os preços nacionais (AF News)

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O objetivo de hoje é resumir o contexto atual do mercado brasileiro detrigo a partir dos dados oficiais de importação e exportação consolidados até omês de fevereiro/12. Apenas manipulando os dados conseguimos compreender asdinâmicas de negócios e depreender algo do futuro deste mercado, com ênfaseespecial no mercado gaúcho.

Ponto 1) Exportações brasileiras de trigo em fevereiro fizeram com queo acumulado do ano-safra chegasse a 1,17 milhão de toneladas. Volume mensal:385 mil toneladas, destas 350 mil toneladas do Rio Grande do Sul. Preçonacional FOB médio do mês US$ 287/ton. Compradores principais foram nessaordem: Espanha, África do Sul, Coréia do Sul, Egito e Alemanha.

- Observações importantes na exportação: compradores como Espanha eAlemanha tem trigo hard e soft de qualidade para moagem muito mais próximos ebaratos. Coréia do Sul comprou muito trigo este mês para ração animal. 

Ponto 2) Importações brasileiras de trigo no ano-safra 2012/13chegaram a 4,042 milhões de toneladas. Volume mensal 546,015 mil toneladas.Preço FOB origens médio US$ 337/ton. Rio Grande do Sul segundo maior estadoimportador. Vendedores principais foram nessa ordem: Argentina (471 miltoneladas); Paraguai (53,365 mil toneladas); Uruguai (11 mil) e Estados Unidos(10 mil).

-Observações importantes na importação: Primeiras cargas de trigoamericano chegando a um preço médio FOB US$ 331 (hard) ao Estado do Ceará e comTEC. Paraguai já não é a principal origem fornecedora nem mesmo no Paraná,trigo local acabando. Rio Grande do Sul importou 100 mil toneladas, sendo 87mil de trigo argentino (US$ 325 média) e restante do Paraguai (US$ 320) eapenas 504 ton do Uruguai (US$ 315/ton).

Considerações finais:

I) Exportações de trigo com baixa qualidade, fica clara observando adiferença de exatos US$ 50/ton entre FOB exportação e origens do trigoimportado. Isso explica a queda de preços no mercado gaúcho, onde o trigo localcomo temos sempre conversado tem bons níveis de proteína mas péssimos valoresindustriais (ph, FN e W). Demanda atual dos moinhos gaúchos e paranaenses porqualidade tendo como opções o trigo paranaense (escasso) e o trigo argentino(também escasso e com qualidade mediana).

II) Oferta nacional teve 4,3 milhões de toneladas colhidas, já foramexportadas 1,17 milhões de toneladas, sobrando assim 3,0 milhões de toneladas.O governo ainda disponibilizará máximo de 500 mil toneladas. O restante vemsendo abastecido pelas importações que tem apresentado queda de preços emdólares, mas lembrando que a Argentina não dispõe de produto de qualidade aosmoinhos do interior até o final da safra, Paraguai também não tem mais produtoe trigo uruguaio de qualidade também deve atender mercado interno deles.

III)Fazendo uma conta rápida dos preços atuais o trigo americano hardpadrão chegaria aos portos do Sul aproximadamente a R$ 765/ton sem TEC. Nointerior, o preço deste trigo chegando aos Moinhos de Caxias do Sul estariapouco acima das R$ 800/ton. O trigo paranaense a R$ 780 FOB Norte do Paraná frete chegaria a R$ 860 sem impostos, sendo a opção mais vantajosa nestemomento o trigo argentino (dados do SECEX mostram justamente isso).

IV) Por conta disso moinhos gaúchos perdem margens e principalmentecompetitividade nos demais mercados nas farinhas especiais e se mostramdependentes dos leilões de estoques públicos que devem acontecer em breve noEstado, com oferta de trigo claro e boas características da safra 2011. Aindaassim, ágios serão altíssimos e preços finais aproximando-se dos preços acimacitados. Tudo isso serve como agente sustentador dos preços.

V) Equivoca-se aquele que imagina que os preços internos no mercadobrasileiro serão sustentados na safra 2013/14 por baixos estoques internosatuais. O Brasil é um país  tomador depreços de trigo, sendo que caso a Argentina aumente sua produção e os demaispaíses vizinhos mantenham a área plantada deste ano, a pressão de oferta maisbarata de outras origens no mercado interno fará com que os preços de paridade(como no cálculo acima) definam os preços praticados. Nesta safra, os estoquesbaixos internos e nos demais países pressionarão até que haja nova oferta,sempre apoiados na paridade.

Resta acompanhar a dinâmica das lavouras americanas e russas deinverno que encontravam-se em situação de seca, pois os demais indicadoresapontam para um ano de recuperação da produção mundial de trigo. Ainda assim, aintensidade das quedas nos preços será afetada (amenizada) em países formadoresde preços como na União Européia e Rússia que tem baixos estoques de trigo dequalidade neste momento.

Fonte: AF News

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